Começo avisando que minha opinião sobre o assunto pode ser polêmica.
Eu acredito que todos os processos que envolvem obediência de leis devam contar com a ajuda de um advogado. E que todos os processos que envolvam questões técnicas devam contar com a ajuda de um especialista. Um processo de contratação de serviços de comunicação por órgãos públicos, que envolve cumprimento das leis 12.232, 8.666 e 4.680, deve envolver advogados e publicitários. No entanto, é muito importante que ambas as partes respeitem seus espaços e seus limites.
Com o advindo da Lei 12.232/10, que exige o cumprimento de uma série de burocracias para garantir a isonomia do processo, muitas licitações passaram a ser resolvidas no campo jurídico.
Eu já assisti uma agência perder uma concorrência que estava ganha no quesito técnico, porque uma outra agência alegou que o espaçamento solicitado não estava sendo cumprido. A questão é que o edital era dúbio e dava margem a duas interpretações. A briga passou a ser jurídica e a primeira colocada foi desclassificada, porque optou por não contratar um advogado para defende-la.
Já vi, também, agências perderem contas, porque o advogado foi inflexível e manteve uma postura superior diante dos publicitários presentes. As concorrentes passaram a persegui-la e acharam um item do edital que não estava cumprido.
Quando eu preciso entrar com recurso, mesmo tendo participado de diversos processos de licitação, eu peço ajuda de um advogado. Mesmo que ele tenha conduzido um processo com a 12.232/10, o recurso dele, com certeza, será mais bem embasado do que o meu. Do mesmo jeito, ele se utiliza do meu conhecimento técnico em publicidade para construir seus argumentos.
Tem espaço para todo mundo, mas os profissionais precisam adquirir bom senso, aprender a respeitar os limites e entender que necessitam do outro.