É.

No mínimo, é um mercado que não sofre oscilações. A não ser que o país passe por uma crise que afete todas as arrecadações de todas as esferas públicas (e aí a crise no mercado privado estará ainda pior), você terá aquela conta garantida por, no mínimo, um ano. E tudo muito formalizado e arrumado.

Além disso, eu nunca vi verbas de publicidade da área pública diminuírem. Ao contrário disso, elas aumentam em quase todos os anos ou todas a renovações de contrato. Existem metas a serem cumpridas para que a se alcance a tal média em ano eleitoral, então, a tendência é a verba, sempre, crescer.

“Mas eu ouvi dizer que as remunerações são baixas.” Em alguns casos são, realmente. Nas contas maiores o cliente suprime os honorários de produção e a cobrança do valor de criação. E, mesmo assim, vale a pena ter essa conta pública, porque o volume total da verba é alto e o valor investido em mídia também.

Precisa ter alto capital de giro? Sim. O órgão público demora a pagar e só paga depois do serviço prestado, da comprovação feita e do processo de pagamento andar por uns três setores para liberação. Você tem que ter alto capital de giro para sustentar a prestação do serviço enquanto não recebe.

É um investimento arriscado? Sim, mas o risco é previsível. Explico: é preciso estar atento àquele cliente. Ele pode, por exemplo, justificar de maneira equivocada que você não prestou aquele serviço. Nestes casos, algum desarranjo político pode ter acontecido e você vai antever o problema e pode contornar a situação. De qualquer maneira, isso é raro acontecer. O mais comum, quando uma entidade não paga, é que a administração tenha mudado (pós eleição) e o atual gestor não quer pagar dívidas da administração anterior. Dessa mesma maneira, você, sabendo, em ano de eleição, que o gestor será outro, pode, por meio de acordos verbais, parar de prestar serviços para aquele órgão público por algum tempo até entender melhor seu lugar naquela nova administração.

O importante é ficar atento aos sinais. É impossível evitar calote em qualquer mercado. Mas atendendo às contas públicas a gente aprende a ler os sinais e, então, minimizar essa situação.